domingo, 28 de março de 2010

Fanfic: Baby Bella - Capítulo 14



Capítulo 14

(Bella Swan)

Edward estendeu uma mão para mim, e eu a peguei hesitante. Ele me puxou para o seu peito e nós começamos a dançar no ritmo lento da música.

– Está se divertindo? – perguntou ele depois de um tempo.

– Ah... você sabe. Não sou muito de festas...

– Você parecia bem feliz com o Black...

– Edward, você tem certeza que não está com ciúmes? - perguntei brincando.

– Talvez eu esteja - disse ele, tão rápido que quase não ouvi.

– C-Como? – gaguejei, certa de que tinha imaginado ele falando aquilo.

Ele me olhou fundo nos olhos, e repetiu:

– Eu disse que talvez eu esteja com ciúmes.

Eu continuei olhando para ele, abismada, desejando que não estivesse sonhando.

– Bella, eu...

Ele aproximou seu rosto do meu, e tudo ao meu redor pareceu parar, só existia eu e ele ali; seus lábios tocaram os meus e eu levei as minhas mãos para os seus cabelos, querendo trazer ele para mais perto, quando de repente eu estava sozinha no meio da pista de dança e Edward, estava caminhando em direção a porta.

– Não foi isso que vi – murmurou uma voz familiar do meu lado, e encontrei Alice, com a testa franzida, encarando o ponto onde antes estava o Edward.

– O que você quer dizer? – perguntei meio abobada, ainda tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

– Minha visão. Eu vi vocês dois juntos numa festa que eu iria organizar, mas na minha visão o Edward não saia correndo. Vocês continuavam aqui.

– Vai ver ele mudou de opinião. Descobriu que na verdade só gosta de mim como a irmãzinha dele.

– Não. Ele te ama. Eu sei isso.

– Alice, como você pode ter tanta certeza? Quer dizer, eu cresci aqui... Devia amar todos vocês como meus irmãos... ou tios, como os chamava quando era mais nova.

– Bella, você sabia que nunca chamou o Edward de tio? – perguntou ela.

– Sério?

– Sim. Nós brincávamos que era porque ele não parecia um tio, mas eu sempre desconfiei que era porque você nunca viu ele como um tio... como um parente. Com vocês dois sempre foi diferente...

– Alice...

– Espera, deixa eu terminar. Sabe qual foi a sua primeira palavra? – Balancei a cabeça. – Eward. Eu juro. E, quando você ainda era bem pequenininha, e o Edward não gostava muito de você, parecia que inconscientemente você fazia de tudo para ficar perto dele. Mas daí você conquistou ele como todo o resto de nós...

– Alice...

– Quando você chegou aqui, eu tive uma visão. Do Edward com ciúmes de você. Depois de vocês dois juntos. E outra de você...

– Eu o quê? – Eu estava desesperada já.

– Você como uma vampira. Você e o Edward vampiros juntos.

Eu perdi o foco. Não via mais nada... Quantas mais visões ela estava escondendo de mim? E por que o Edward fugiu?

Eu estava perdida.

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(Edward Cullen)

Eu sei que fui covarde. Eu sei que fui idiota. Mas eu tive que fugir... Eu não podia... Não era certo... Eu... Eu nem conseguia pensar direito.

Fui para o único lugar que consegui lembrar: meu quarto.

Eu me joguei na cama, tentando clarear a mente, mas era como se todos os pensamentos do mundo estivessem dentro dela (e eu conhecia a sensação) mas ainda assim não tivesse nada. Eu não ouvia nada de fora – nada. Todos os pensamentos eram meus, mas eu não conseguia entender nem um deles.

– Edward, tô te estranhando.

Pela primeira vez tive que olhar para ver quem tinha entrado no quarto, mas não fiquei surpreso quando vi o Emmett.

– Do que você está falando?

– Eu vi sua ceninha ali em baixo. Por que você fugiu como uma adolescente confusa, hein? A Bella tava ali, te esperando, e você simplesmente – puf! – desapareceu. Sério, achei que você fosse o mais velho aqui.

– Do que diabos você está falando, Emmett? – rosnei.

– Edward, você ama a Bella. Tá na sua cara. Acho que você sempre amou sabe, mas antes era amor fraternal e agora e amor... hã... amor? Só você precisa enxergar! Não pense tanto com a cabeça, sinta o que o coração lhe diz! Eu posso gostar muito de brincar e por vezes pensar que não penso, mas sei que as vezes temos que deixar o lado racional de parte e ouvir o coração... Ele nos dirá o caminho a seguir...

"Sério, Edward. Você tá muito lerdo mesmo... Nunca filosofei tanto... Eu tô te dando concelhos! Tem ideia do quando isso é raro? Qualé! E você ainda lê pensamentos!

– Eu não posso ler os dela! Ela tem 16 anos, Emmett! É muito...

– Nova? Não, ela não é nova. É um ano mais nova que você, tecnicamente.

– Você não está ajudando.

– Estou sim. Você acabou de admitir que está apaixonado pela Bella.

– Eu nunca disse isso!

– Mas também não negou.

Eu fiquei em silêncio, mas ouvia Emmett comemorando mentalmente.

– Vai negar?

– Não vou responder.

– Ha! Eu sabia! A Jasper me deve quinhentas pratas!

– Você apostou com o Jasper que eu estava apaixonado pela Bella?

– Sim... E, peraí, o que você disse?

Droga.

– Nada.

– Você admitiu. Ah!!!!!!!!!

– Emmett, você parece uma garotinha.

– E daí! Eu não ligo! Ele admitiu! Ele admitiu! Ele admitiu!

Ele começou uma espécie de dança da vitória, e eu tive que rir.

– Isso é um começo. Pelo menos você riu. Agora volta pra festa e vai...

– Não, eu... eu falo com ela depois.

– Como é que? – ele quase gritou.

– Eu só preciso de um tempo para pensar, ok.? Eu prometo que vou falar com ela... logo.

– Edward...

– Eu quero ficar sozinho Emmett.

Ele me olhou, mas acho que entendeu que eu precisava pensar, então se virou para sair.

– Ah, Emmett? – chamei e ele se virou. – Obrigado.

– Qualquer hora, Eddie. Qualquer hora.

Ele desceu as escadas rindo.

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(Bella Swan)

O Edward não apareceu mais. A Alice me disse que ele estava no quarto, mas eu não queria falar com ele – não ainda.

Eu estava muito abalada pelo que ela tinha dito sobre mim quando criança.

Mais músicas vieram e foram... O Mike me convidou para dançar umas sete vezes, mas sorte que o Jacob estava do meu lado e ele podia ser amedrontador quando queria.

Pouco depois o Mike desistiu, e foi dançar com a Jessica, que não parecia nem um pouco triste.

– Vai me contar o que aconteceu ou não, criatura do céu? Nunca te vi tão quieta... – disse Jacob certa hora.

– Depois Jake. Me deixe pensar.

– Bela hora para pensar... Sabe, eu por acaso adoro essa música, mas não vou poder dançar porque você não quer dançar comigo.

– Eu já disse que cansei. Mas tem montes de garotas que ficariam maravilhadas se você as convidassem.

– É, só que elas são fúteis e só sabem falar de maquiagem e compras. Você acha que eu quero uma garota assim?

– Ok, então fique sentado emburrado aí pelo resto da noite.

– É de mim que estamos falando, certo?

– Cala a boca, Jake. Só não te bato porque não vai adiantar em nada.

Ele riu e passou o braço pelo meu ombro.

– Ok., então que tal você me contar o que aconteceu?

– Jake, vai ver se eu tô na esquina.

– Você tá bem aqui...

– Quer que eu seja mais exata? Vai tomar no...

– Hey Bellinha! – Emmett me interrompeu (graças a Deus. Odeio palavrão).

– Fala, Emmett.

– Tem um cara emburrado no quarto em frente ao seu. Não quer ir lá?

– Não – respondi, e Jacob sorriu.

– Ah, então é isso? – perguntou ele.

– É – respondeu Emmett.

– Bella, você devia estar feliz!

– Jake...

– Quer dizer, vocês finalmente vão se...

– Mais uma palavra e nunca mais falo com você, eu juro!

– Cuidado, Jake. Quando a Bella tá irritada, ela sabe ser bem mimada... Claro que parte da culpa dessa é nossa...

– Ah, obrigado, Emmett. Vou tomar cuidado então. Sabe, eu vi uma garota bem bonita ali e acho que...

Ele se levantou num pulo falso demais e correu para fora, para um canto onde não havia uma garota sequer...

– Então, você vai ou não?

– Depois.

– Estranho... Ele disse a mesma coisa... – resmungou ele, mas acho que não era para eu ouvir. E logo depois ele não estava mais lá.

Eu continuei sentada por mais alguns minutos, e então Alice anunciou que a festa estava no fim e que todos deviam ir para casa.

O pessoal resmungou um pouco, mas meia hora depois só sobrou a família em casa.

– Vá dormir, Bella. Nós vamos ajeitar tudo aqui – disse Carlisle, e eu não pensei duas vezes antes de obedecer.

– Ei, alguém viu o Edward? – escutei Esme perguntar quando estava subindo, mas não parei para ouvir o resto.

Ao chegar no quarto, me joguei na cama sem nem trocar de roupa – que por sinal era a mesma do dia inteiro. Não que eu ligasse.

Eu imaginava que ia dormir imediatamente, cansada como estava, mas o sono não veio. Eu me revirei na cama, e nada. Me virei de novo, mas continuava acordada.

Então escutei uma música baixa, familiar... Eu sabia que devia lembrar de onde vinha aquela música, mas não conseguia... Minha mente estava falhando... então me perdi na inconsciência.

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(Edward Cullen)

Eu escutei Bella se debatendo na cama no quarto ao lado, mas disse a mim mesmo que não iria vê-la. Ela precisava de tempo para me perdoar, porque por mais que o Emmett dissesse, eu duvidava que Bella gostasse de mim mais do que como um irmão.

Ela continuou se debatendo, então desci as escadas e fui ao piano, tocando silenciosamente para que ela se acalmasse. Eu sabia que ela amava aquela música... Eu sempre tocava para ela, desde pequena, e sempre a acalmava.

Também, era a música dela.

Pouco depois ouvi sua respiração ficar mais lenta e calma e soube que ela estava dormindo.

Os outros tinham saído, por ordem de Alice (eu fingi não ouvi-la gritando comigo pela mente antes de perdemos contado), então não vi problemas em ir ao quarto de Bella para vê-la dormir. Desde quando ela era pequena eu gostava de fazer isso – e de ouvi-la falar.

Acho que nunca contara à ela, mas ela falava dormindo, e é muito interessante.

Entrei no quarto sem fazer barulho nenhum, e me sentei a uma cadeira que havia num canto.

Levaram uns 10 minutos para ela abrir a boca.

– Não... Não...

Eu esperava que ela não estivesse sonhando com a hora que a beijei.

– Volte aqui... Volte...

Eu franzi a testa. O que diabos ela estava sonhando?

– Edward, não... venha aqui... eu te amo...

Eu congelei, e se meu coração ainda batesse ele teria parado de vez. Ela estava sim sonhando com o nosso beijo, na hora que eu fui embora... Mas não era possível que ela me amasse... Não, não era...

– Por favor, Edward... Não me deixe...

Eu percebi que estava ajoelhado ao seu lado quando ela se mexeu e esticou a mão, quase me alcançando...

– Fique – disse ela com aquela voz mandona que eu tanto gostava. E eu ia ficar. Se ela quisesse.

Ela ficou alguns minutos em silêncio então, mas daí suas pálpebras começaram a se mexer e sua respiração acelerou. Ela estava acordando.

Eu me levantei, e estava caminhando para a porta quando percebi que não teria tempo. Ela acordaria com o barulho da porta, não importava quão silencioso eu fosse.

Então pulei a janela.

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(Bella Swan)

Até nos meus sonhos eu revivia aquele momento. Eu repeti as palavras dele na minha mente, e então quando nossas bocas se encontraram...

Eu estava desesperada, no meio da pista, procurando por ele, como sabia que ficaria se Alice não tivesse aparecido.

Eu podia me sentir acordado... algo me dizia que eu devia acordar... era importante... e eu sentia um hálito frio ao meu lado – mas devia ser minha imaginação.

Mas quando abri os olhos, vi uma sombra saltando da janela.

Eu corri para fora da cama e desci as escadas – algo me dizia que eu tinha de descer, como se minha vida dependesse disso.

Eu cheguei à sala e ouvi um barulho de carro na garagem. Cheguei a tempo de ver o Volvo saindo noite a fora.

Peguei meu carro, pela primeira vez feliz por ele ser rápido, e saí atrás da sombra prateada, que logo desapareceu.

Alguns pingos começaram a cair no vidro. Ah, muito obrigada. Tudo o que eu precisava. Mal consigo dirigir rápido em dias normais...

Logo a chuva virou tempestade, e eu não conseguia ver nada a frente do carro. Eu estava perdida.

Diminui a velocidade, tentando descobrir como voltar para casa. Eu podia esperar ele lá... Ele teria que voltar alguma hora.

Acabei numa estrada deserta, a borda da floresta, mas reconheci o lugar.

"Bem, eu precisava pensar, e tinha que ser num lugar onde ninguém me incomodasse."

Seria possível que ele estivesse ali?

Eu caminhei pela floresta, certa de que iria me perder, mas algo parecia me guiar. Eu sabia exatamente que caminho seguir.

Já estava encharcada quando vi um lugar aberto a minha frente, e corri para ele. Era a clareira.

Ele estava lá, sentado encostado a uma árvore, de olhos fechados, e as gotas de chuva em seus rosto faziam parecer que ele estava chorando.

Eu caminhei até lá, mas a chuva estava forte o bastante para encobrir o meus passos.

Estava quase ao seu lado quando ele abriu os olhos.

– Bella? – disse ele, surpreso.

– Dá pra me explicar o que está acontecendo? – Me sentei ao seu lado.

– Eu não sei o que fazer.

– Bom, eu sei.

Ele me olhou, e eu respirei fundo, tomando coragem.

– Você vai dizer que foi um erro. – Olhei para frente. – Que foi tomado pelo calor do momento. Que eu devo esquecer. Mas eu não quero esquecer. Eu... Foi mágico. Inesquecível. E eu não me importo com o que você pensa, mas eu sei o que eu penso e sinto, e eu sei que estou apaixonada por você.

Escutei ele respirando pesado ao meu lado, e então ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.

– Eu sou perigoso – murmurou ele, e eu podia sentir seu olhar no meu rosto, mas eu ainda estava olhando para a frente.

– Eu vivo com vampiros. Não é mais perigoso que isso.

– Eu posso... não, eu vou te machucar.

– O que mudaria agora? Você nunca me machucou, Edward. Você... – Eu fechei os olhos. – Você sempre foi perfeito.

– Vão estranhar.

– Eu não ligo.

– Bella...

– Minha primeira palavra foi seu nome. Eu acho que isso quer dizer alguma coisa.

Eu abri os olhos e o olhei firme, com uma coragem que nunca descobri de onde veio.

– Bella... eu...

– Você não tem mais desculpas.

Ele sorriu torto.

– Eu não ia dar uma desculpa.

Eu levantei as sobrancelhas, e ele se aproximou, até que seu rosto estava a milímetros do meu.

– Eu ia dizer que...

Ele parou, fechou os olhos e então os abriu novamente.

– … que eu te amo.

Eu senti meu coração acelerar no peito, e então ele parou por um segundo quando ele me beijou.

Éramos só nós lá, eu, ele, no nosso mundinho.

E eu passei a definitivamente amar a chuva.


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